Frente Parlamentar de Combate aos Privilégios tentará derrubar pagamento de auxílio-saúde do MP e Judiciário
A Frente Parlamentar de Combate aos Privilégios da Assembleia Legislativa analisará a legalidade do pagamento de auxílio-saúde pelo Ministério Público e Judiciário. O grupo de deputados esteve reunido nesta quarta-feira (10) para avaliar mecanismos jurídicos e legislativos com o objetivo de combater o benefício. Em meio à crise imposta pela pandemia de coronavírus, os parlamentares definiram que a principal linha de atuação será o combate ao privilégio autoconcedido, além da busca de apoio de outras entidades e órgãos. Os deputados também irão encaminhar um manifesto à população gaúcha para repudiar o pagamento, considerado imoral. No encontro, o deputado Fábio Ostermann (NOVO) foi escolhido o novo presidente da Frente Parlamentar de Combate aos Privilégios e irá substituir o prefeito da Capital e ex-deputado, Sebastião Melo. Ostermann apontou que o foco principal da Frente será a análise técnica de mecanismos para suspender o pagamento do auxílio-saúde. “Numa pandemia sem precedentes, MP e Judiciário se autoconcedem um aumento disfarçado. Este auxílio terá um impacto milionário, uma vergonha para o Estado”, afirmou. AÇÃO POLÍTICA Os deputados que integram a Frente Parlamentar vão elaborar nos próximos dias um manifesto a ser entregue ao MP e Tribunal de Justiça. Integrante da Frente o deputado Elton Weber (PSB) ressaltou o momento extremamente inoportuno. “Em meio aos problemas econômicos, sociais e de saúde, com milhões de brasileiros sem ter o que comer, com o Congresso Nacional discutindo um auxílio emergencial de R$ 175,00, o Ministério Público e o Judiciário criam um auxílio-saúde de R$ 3,5 mil? É mais um absurdo a que estamos assistindo e não podemos, de forma alguma, silenciar. É um deboche com o cidadão.” Também participaram da reunião da Frente Parlamentar os deputados Franciane Bayer (PSB), Giuseppe Riesgo (NOVO), Sérgio Turra (PP), Any Ortiz (Cidadania), Tenente-Coronel Zucco (PSL), Fran Somensi (Republicanos) e Zilá Breitenbach (PSDB), além das assessorias dos deputados Tiago Simon (MDB) e Issur Koch (PP).
Vacinação em massa, a única saída
Vivemos um momento dramático no Brasil. Em plena pandemia da Covid-19, com mais de 268 mil mortes, mais de onze milhões de infectados e um crescimento exponencial da transmissão do vírus, que superlota UTIS de hospitais e Unidades de Saúde no país, a única saída é a vacinação em massa da população. Estamos em 10 de março, até agora apenas 4,03% dos brasileiros receberam a primeira dose. Enquanto milhares choram a perda de familiares e amigos, é inadmissível a lentidão na compra de imunizantes pelo governo federal, que decidiu negar e politizar a pandemia. Mesmo procurado no segundo semestre de 2020 por laboratórios e indústrias farmacêuticas, só agora, muitos meses após outras nações encaminharem suas intenções de compra a fabricantes internacionais, o governo brasileiro fala em acelerar as aquisições. Só agora, quando vários países já estão com percentuais avançados de proteção e, aos poucos, retomando a vida e as suas atividades. O abre e fecha da economia brasileira, que tanto prejudica a empresários e empreendedores, que provoca desemprego e miséria nas periferias das grandes cidades, tenho convicção, só cessará com a vacinação em massa. Vacinação que, além de proteger a cada indivíduo, reduz significativamente a circulação do vírus, como já se observa em outras partes do mundo. Então, sim, precisamos da vacina em larga escala para preservar a saúde da população e manter os sinais vitais da economia do nosso país antes que o colapso seja ainda maior. Porque, neste momento, colocamos não apenas em risco a sobrevivência de uma parcela significativa dos brasileiros. O Brasil está se tornando um celeiro do vírus, um campo fértil para as variantes da Covid-19, criando uma ameaça real de que o mundo se feche para nós, não somente para a circulação de pessoas, mas também economicamente. Isso é muito grave, sem o controle da doença o Brasil pode se transformar numa ilha, gerando prejuízos inimagináveis nas relações comerciais e, obviamente, inviabilizando qualquer ambiente para investimentos. Em ambos os sentidos, são mais do que bem-vindas as iniciativas de governadores e prefeitos que, frente as dificuldades de receberem vacinas do Ministério da Saúde, se articulam para tentar garantir a aquisição diretamente das fabricantes em meio a um mercado internacional disputadíssimo. Reafirmo: é preciso acabar com a politização da pandemia porque o preço é pago por todos nós, brasileiros.