Vivemos um momento dramático no Brasil. Em plena pandemia da Covid-19, com mais de 268 mil mortes, mais de onze milhões de infectados e um crescimento exponencial da transmissão do vírus, que superlota UTIS de hospitais e Unidades de Saúde no país, a única saída é a vacinação em massa da população. Estamos em 10 de março, até agora apenas 4,03% dos brasileiros receberam a primeira dose.
Enquanto milhares choram a perda de familiares e amigos, é inadmissível a lentidão na compra de imunizantes pelo governo federal, que decidiu negar e politizar a pandemia. Mesmo procurado no segundo semestre de 2020 por laboratórios e indústrias farmacêuticas, só agora, muitos meses após outras nações encaminharem suas intenções de compra a fabricantes internacionais, o governo brasileiro fala em acelerar as aquisições. Só agora, quando vários países já estão com percentuais avançados de proteção e, aos poucos, retomando a vida e as suas atividades.
O abre e fecha da economia brasileira, que tanto prejudica a empresários e empreendedores, que provoca desemprego e miséria nas periferias das grandes cidades, tenho convicção, só cessará com a vacinação em massa. Vacinação que, além de proteger a cada indivíduo, reduz significativamente a circulação do vírus, como já se observa em outras partes do mundo. Então, sim, precisamos da vacina em larga escala para preservar a saúde da população e manter os sinais vitais da economia do nosso país antes que o colapso seja ainda maior.
Porque, neste momento, colocamos não apenas em risco a sobrevivência de uma parcela significativa dos brasileiros. O Brasil está se tornando um celeiro do vírus, um campo fértil para as variantes da Covid-19, criando uma ameaça real de que o mundo se feche para nós, não somente para a circulação de pessoas, mas também economicamente. Isso é muito grave, sem o controle da doença o Brasil pode se transformar numa ilha, gerando prejuízos inimagináveis nas relações comerciais e, obviamente, inviabilizando qualquer ambiente para investimentos.
Em ambos os sentidos, são mais do que bem-vindas as iniciativas de governadores e prefeitos que, frente as dificuldades de receberem vacinas do Ministério da Saúde, se articulam para tentar garantir a aquisição diretamente das fabricantes em meio a um mercado internacional disputadíssimo. Reafirmo: é preciso acabar com a politização da pandemia porque o preço é pago por todos nós, brasileiros.