Elton Weber

Weber alerta para risco de novo ciclo de endividamento do setor agropecuário em evento da Comissão de Agricultura da Câmara sobre alta no preço dos insumos

Presidente da Frente da Agropecuária Gaúcha da Assembleia Legislativa, o deputado Elton Weber (PSB) representou o Parlamento Gaúcho, nesta segunda-feira (22), em audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara, proposta pelo deputado Heitor Schuch (PSB/RS), para discutir a alta dos insumos agrícolas e os seus impactos no próximo ciclo agrícola. O encontro ocorreu no auditório da Fetag na Capital.

 Ao falar a agricultores familiares, vereadores e prefeitos, Weber alertou para o risco de um novo ciclo de endividamento no setor agropecuário e questionou o fato das indústrias de fertilizantes e defensivos justificarem que a disparada de até 200% nos preços dos insumos está relacionada ao câmbio, já que a variação da cotação do dólar no último ano é de 6,3%. Ao citar a elevação de mais de 60% nos custos de produção no período, Weber expôs a dificuldade do produtor se manter na atividade e usou como exemplo a pecuária leiteira, onde 52% abandonaram a atividade desde 2015.

Weber reforçou sua preocupação com a próxima safra e a necessidade de ação. “Precisamos agir– Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa e entidades – caso contrário, em junho do ano que vem além do Plano Safra, estaremos discutindo renegociação de dívidas e repactuação, o agricultor não conseguirá pagar suas contas”.

Como um dos encaminhamentos da audiência ficou acertado que será marcada uma reunião em Brasília com as partes que não estiveram presentes na audiência: Petrobras, Ministério da Economia, Ministério da Indústria e Comércio Exterior, fabricantes e revendedores de adubos, para que recebam uma comitiva das federações de agricultores de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Também foi sinalizada a possibilidade de protestos em todo o Estado. E foi defendida ainda a necessidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a formação de preços dos insumos. “A situação é crítica. Se nada for feito haverá uma debandada de produtores e vai faltar comida no Brasil. Não há como produzir nessas condições, a conta não fecha. Nosso temor é de desabastecimento generalizado”, destacou Schuch.

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