Com presença de secretários e deputados, as principais lideranças dos setores de aves, suínos e leite no Rio Grande do Sul pediram socorro do governo estadual para minimizar o impacto da alta do custo de produção, puxada pelos preços do milho e do farelo de soja que alimentam os animais.
Coordenada pelo presidente da Frente de Defesa Agropecuária da Assembleia Legislativa, deputado Elton Weber, e pelo líder do governo, deputado Frederico Antunes, a audiência revelou que a situação é crítica, com risco de colapso na produção de alimentos, interrupção de atividades, diminuição de empregos e de atividades no campo e nas indústrias.
No encontro, as entidades solicitaram que o governo estadual faça o diferimento do pagamento do ICMS de 12% na importação do milho de 500 mil toneladas da Argentina e do Paraguai e que o Estado seja porta-voz dos pleitos federais junto à Presidência da República e aos ministérios da Agricultura e Economia.
O chefe da Casa Civil, Artur Lemos, sinalizou que o governo do Estado deve dar uma reposta positiva em relação ao ICMS até sexta-feira e disse que o govenador Eduardo Leite, que estará em Brasília nos dias 26 e 27, irá articula as agendas federais juntamente com o presidente da Assembleia Legislativa, Gabriel Souza. “Eu sou um otimista, o governador pediu para imprimir todos os esforços neste sentido”, afirmou Lemos.
Os pleitos federais incluem autorização para importação de milho dos Estados Unidos, retirada de tributos como PIS e COFINS sobre importações do Mercosul ou extra-Mercosul e a retirada temporária do Adicional ao Frente para Renovação da Marinha Mercante.
Weber saiu satisfeito com os encaminhamentos já que a situação afeta pelo menos 15 mil agricultores que atuam no sistema de integração, fora os criadores de gado leiteiro. “Temos que conseguir frear o problema, pois com este cenário que está hoje teremos granjas paradas, produtores vendendo suas aves e suínos e empresas com muitas dificuldades. ” Segundo o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, produtores de leite também estão deixando a atividade por causa do alto custo. “O preço do leite até está melhor do que o ano passado, mas o custo de produção está inviabilizando a atividade”.
Além do exorbitante custo de produção reforçado pelos presidentes da Asurgs, Valdecir Folador, e da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Eduardo dos Santos, o diretor do Sips, Rogério Kerber, alertou para a queda do poder aquisitivo do consumidor. “Há uma desestruturação da produção em razão do aumento dos custos, uma pressão avassaladora afetando o capital de giro, com as empresas sinalizando redução de abate e paralisação do abate”.