Elton Weber

Em jogo, a diversificação produtiva do Rio Grande 

Estado nacionalmente reconhecido pela sua diversificação na produção de alimentos, o Rio Grande do Sul corre o risco de perder esta condição que protege o agricultor de prejuízos causados por pragas, mudanças climáticas e queda de preços, além de garantir alimentação mais variada e barata à população.

A ameaça a este modelo vem sendo atribuída a herbicidas hormonais, o mais popular deles o 2,4-D, usado de forma intensiva na lavoura de soja, a principal cultura agrícola gaúcha. Do outro lado, produtores, especialmente de frutas, acompanham a morte de parreirais, queda de produtividade e renda. Cooperativas definham pela carência de matéria-prima e novos investidores voltam seus olhos para regiões menos afetadas.

Por causa desta situação que se agravou nos últimos anos devido ao descumprimento de acordos no âmbito judicial, aplicação incorreta de defensivos e ações educativas inócuas, agricultores estão preocupados com a situação e buscam soluções.

Criada em 10 de abril para analisar a possibilidade de suspensão e até proibição dos herbicidas hormonais do ponto de vista técnico, a Subcomissão para discutir, alterar ou criar legislações que tratam sobre a aplicação de herbicidas hormonais nas cadeias produtivas gaúchas também tem como foco a resolução deste conflito.

No dia a dia nas propriedades, o que se tem acompanhado é o desrespeito a um dos ditados mais antigos do mundo: o meu direito vai até onde começa o do outro. Temos que acabar com esse clima entre vizinhos, todos estão no campo trabalhando e precisam ter resguardado este direito.

Este não é um problema somente do agricultor, é uma situação que envolve todos os segmentos da agropecuária, principalmente a indústria de defensivos. Tenho certeza, sairemos mais fortes após estes 120 dias em que todos terão voz e oportunidade de apresentar soluções viáveis para evitar qualquer risco a diversificação produtiva gaúcha e as relações entre agricultores.

Facebook
Twitter
WhatsApp