Em audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (10), em Porto Alegre, o deputado Elton Weber voltou a criticar a avalanche de importações de lácteos que achata o preço ao produtor de leite e também o fato de os governos manterem benefícios fiscais para as empresas responsáveis por isso.
O parlamentar defendeu um novo fechamento da fronteira com Argentina e Uruguai caso não haja um anúncio positivo para os agricultores até a Expointer, que ocorre de 26 de agosto a 3 de setembro. “Até agora não temos uma medida efetiva que recupere o preço, que estanque essa sangria. Pedimos mais uma vez aos governos o estabelecimento de cotas de importação e o corte de benefícios fiscais. Pretendendo a partir de hoje dar um novo enfoque e rumo a esta pauta, inclusive retomando as mobilizações na fronteira, se nos próximos dias nada a acontecer”.
Proposta por Weber e pelo deputado Zé Nunes, a audiência teve participação de órgãos governamentais e entidades como a Fetag-RS, que mobilizou coordenadores regionais e sindicatos de trabalhadores rurais. O presidente Carlos Joel da Silva reafirmou a pauta de reivindicações e enfatizou a demora dos governos em entenderem a importância de subsidiar a atividade produtiva, como fazem países do Mercosul. “Comparada com o Brasil, a Argentina está quebrada, mas entendeu que para sair da crise sairá pela agricultura e pecuária do país. Quando nossos governos vão fazer a mesma coisa?”, questionou Silva.
Zé Nunes destacou que desde 2015, o Rio Grande do Sul já perdeu 52% de seus produtores por conta de um conjunto de equívocos e de políticas que não foram implementadas no Estado. “Por conta de duas resoluções que incentivaram a retirada de alíquotas de importação no ano passado, e também devido à nova conjuntura econômica, acaba fazendo com que o leite da Argentina e do Uruguai seja competitivo no Brasil. Precisamos, portanto, de uma política estadual e federal que proteja a cadeia leiteira gaúcha, precisamos também analisar todos os aspectos relacionado a esta importação e construir medidas e propostas que façam com que o setor não seja inviabilizado, sempre pensando na renda das famílias, dos municípios e na segurança alimentar do povo”.