Elton Weber

À espera de um programa contra estiagem

Com previsão do fenômeno climático La Niña no próximo verão e seus prováveis efeitos sobre a produtividade agrícola, cresce a preocupação dos agricultores familiares com a demora do governo estadual em adotar ações concretas e antecipadas de enfrentamento de estiagens no Rio Grande do Sul. A perspectiva de chuvas abaixo da média ronda especialmente os produtores de milho e soja, mas, dependendo da sua força, castiga todas as atividades.

Em 24 de novembro se completam nove meses que na condição de presidente da Frente da Agropecuária Gaúcha da Assembleia Legislativa e integrante da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa solicitei ao governador Eduardo Leite a criação de um programa de estado neste sentido.

Não queremos assistir a repetição dos problemas causados pela escassez de água. Nestas situações, perde o campo, perde a cidade, perde o comércio já que a renda da agricultura pulveriza tudo ao redor.

Neste encontro com o governador, acompanhado de colegas deputados entreguei, juntamente com o presidente da Comissão de Agricultura, Adolfo Brito, o relatório da Subcomissão de Irrigação elaborado pelo nosso mandato em agosto do ano passado e contendo contribuições de 20 entidades, como Fetag/RS, Fecoagro e Emater.

Saímos animados. O governador manifestou interesse em criar uma política de estado, num trabalho conjunto entre secretarias e o Parlamento. Mas até agora nada aconteceu.

Reafirmo: Precisamos de um programa agressivo e eficaz, com previsão de subsídios para pequenos e médios produtores investirem, não podemos chegar a mais um verão sem perspectivas reais. Somente assim, será possível minimizar os constantes prejuízos de agricultores e do próprio Estado. Todos sabemos, o desenvolvimento econômico estadual está diretamente ligado ao desempenho da agropecuária.

Dentre nossas principais sugestões entregues estão ação integrada entre agentes públicos, financeiros e privados para geração de energia elétrica de qualidade, já que é preciso rede trifásica com capacidade para uso de equipamentos, inclusive os de irrigação; a declaração das atividades de armazenamento de água como de interesse social em Áreas de Preservação Permanente (APP) para agricultura familiar, a construção de reservatórios e a criação de uma linha de crédito subsidiado para investimento em equipamentos; a garantia de assistência técnica e extensão rural ao agricultor familiar irrigante, além da instalação de um grupo gestor permanente de acompanhamento das ações de enfrentamento de estiagens junto ao gabinete do governador.

É preciso agir, já!

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