Em meio à crise, comitiva gaúcha reivindica preço mínimo de R$ 2,40 para o leite

Um dia após a Conab prometer que buscará R$ 100 milhões para a compra de leite em pó, a comitiva da agricultura familiar gaúcha deixou Brasília novamente sem respostas concretas. Nesta quinta-feira (26), o deputado estadual Elton Weber (PSB) e o deputado federal Heitor Schuch (PSB) participaram de reuniões no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) juntamente com o vice-presidente da Fetag-RS, Eugênio Zanetti, mas não houve avanço nas principais demandas do setor. No Ministério da Agricultura, o grupo reivindicou ao secretário-adjunto da Secretaria de Política Agrícola, Wilson Vaz, a revisão urgente do preço mínimo do leite, com a fixação de R$ 2,40 por litro. Segundo Weber, este é o valor necessário para cobrir os custos de produção no Rio Grande do Sul, onde o preço pago ao produtor está em queda há sete meses consecutivos. Atualmente, há famílias recebendo menos de R$ 1,80 pelo litro, o que torna a atividade inviável. Já na reunião com a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, os parlamentares e o vice-presidente da Fetag-RS reforçaram o pedido de reconsideração da decisão preliminar no processo de investigação de dumping contra o leite em pó do Mercosul. A mudança recente no entendimento do MDIC passou a considerar o leite em pó nacional como produto similar doméstico, o que, segundo o setor, prejudica diretamente os produtores de leite in natura. O pedido de suspensão temporária das importações do bloco também não avançou. Frustrado com a falta de encaminhamentos, Weber afirmou que todas as reivindicações apresentadas dependem exclusivamente do governo federal. “Todas as reivindicações estão ao alcance dos ministérios. Não dependem de projetos legislativos, nem de decretos, nem de medidas provisórias — dependem somente de vontade política”, criticou o deputado.