Frente Parlamentar pela Juventude Rural será instalada em outubro

Será instalada em outubro, possivelmente na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG-RS), em Porto Alegre, a Frente Parlamentar em Defesa e Valorização da Juventude Rural. A iniciativa atende a uma demanda do Pacto da Juventude Rural, lançado em julho pela FETAG, que reúne propostas para garantir a permanência dos jovens no campo com dignidade, renda e qualidade de vida. A definição ocorre durante a Expointer 2025, após uma série de encontros e diálogos com jovens agricultores no Pavilhão das Agroindústrias Familiares — um dos espaços mais visitados e simbólicos da feira. A criação da Frente surge como resposta direta às demandas apresentadas pela juventude do campo, que tem se destacado cada vez mais no segmento. Nesta edição da Expointer, cerca de 30% das 355 agroindústrias familiares presentes no Pavilhão da Agricultura Familiar contam com a atuação de jovens na propriedade. Na terça-feira, o deputado esteve visitando os estandes, ouvindo anseios, desafios e propostas destes jovens . O objetivo é construir, com base nesse diálogo, políticas públicas que garantam oportunidades e um futuro sustentável para a juventude rural. E participou da inauguração do Pavilhão, na quinta-feira (4). O deputado também destacou o trabalho duro e espirito empreendedor de agricultores e agricultoras presentes em Esteio. “O Pavilhão das Agroindústrias Familiares segue sendo o símbolo da força da produção colonial. Ali, empreendedorismo, tradição e inovação se encontram, reforçando o papel estratégico da agricultura familiar no desenvolvimento do Estado. Saímos com uma série de demandas a serem encaminhadas. A agricultura familiar é força, é desenvolvimento e precisa ser valorizada”, destacou o coordenador da futura Frente Parlamentar.
Setor debate contrabando de vinhos na Expointer 2025: nova lei gaúcha busca coibir prática ilegal

O contrabando de vinhos voltou ao centro das atenções durante a Expointer 2025, uma das maiores feiras agropecuárias da América Latina, realizada em Esteio (RS). Durante o painel “Campo em Debate”, promovido no evento, especialistas e autoridades apresentaram dados alarmantes sobre os impactos do comércio ilegal de bebidas alcoólicas no Rio Grande do Sul — especialmente vinhos, espumantes e derivados da uva. Com mediação do jornalista Rodrigo Lopes, o debate reuniu o presidente da Uvibra (União Brasileira de Vitivinicultura), Daniel Panizzi, o secretário de Agricultura, Edivilson Brum, e o deputado estadual Elton Weber (PSB), autor da nova legislação que busca endurecer o combate ao comércio ilegal no setor. O encontro destacou os efeitos nocivos do contrabando sobre a economia local e a legalidade na cadeia produtiva vitivinícola. De acordo com dados apresentados no painel, somente em 2023, foram apreendidas cerca de 627 mil garrafas de vinhos contrabandeados, principalmente vindos de países vizinhos como Argentina, Chile e Uruguai. O número, porém, é apenas a ponta do iceberg: estima-se que as apreensões representem cerca de 5% do total de produtos clandestinos que circulam no mercado brasileiro, com prejuízos de R$ 1 bilhão Além de afetar diretamente os produtores formais — que enfrentam altos custos com tributos, fiscalização e certificações —, o comércio ilegal prejudica a arrecadação pública e coloca em risco a saúde do consumidor, já que muitos produtos contrabandeados são armazenados em condições inadequadas ou falsificados. Lei de autoria de Elton Weber combate comercialização de vinhos ilegais Como resposta ao cenário alarmante, entrou em vigor no Rio Grande do Sul a Lei nº 16.326/2025, de autoria de Weber, que pune estabelecimentos que comercializarem vinhos e espumantes provenientes de contrabando, falsificação, adulteração ou descaminho. A legislação prevê sanções administrativas rigorosas, que vão desde multas e apreensão de mercadorias até a cassação de alvarás de funcionamento. O objetivo é garantir justiça tributária, proteger os produtores legalizados e combater práticas desleais de concorrência. “A lei vem para proteger quem produz com responsabilidade e dentro da legalidade. Precisamos garantir que o consumidor tenha acesso a produtos seguros e que o setor vitivinícola do nosso estado não seja destruído pela informalidade”, destacou Elton Weber durante o painel. Setor vitivinícola pede reforço na fiscalização e educação do consumidor O setor também tem reforçado pedidos por aumento da fiscalização nas fronteiras e no comércio varejista, além de campanhas de conscientização para os consumidores sobre os riscos de consumir bebidas ilegais. A Uvibra, por exemplo, defende uma ação integrada entre governos estaduais, federais e entidades privadas para enfrentar o problema com mais eficácia. Segundo Daniel Panizzi, presidente da Uvibra, o combate ao contrabando vai além da repressão policial. “Precisamos de um ecossistema que valorize o produtor local e informe o consumidor sobre a procedência e qualidade dos vinhos e espumantes brasileiros”, afirmou.