Elton Weber

O Brasil que pode ressurgir da crise

Em meio a profunda crise política e econômica no país, o brasileiro vê, pela primeira vez, políticos e ricos empresários investigados, presos e condenados por crimes de corrupção. O desemprego chega a 13,7%, retraindo o consumo e, consequentemente, a qualidade de vida da população, cada vez mais descrente de seus governantes e com pouca perspectiva de futuro, no campo e na cidade. Difícil mesmo pensar diferente, acreditar na política como um serviço ao cidadão, após o mar de lama em que o Brasil mergulhou, o Brasil do Mensalão e da Lava Jato, que atinge a maioria dos partidos políticos, desafiando a imaginação até de roteiristas de cinema. Uma estrutura montada para o enriquecimento ilícito, para o beneficiamento próprio, para sustentar ilegalmente o poder, deixando o cidadão abandonado a própria sorte, sem educação, saúde e segurança pública decentes. Nesse sentido, é essencial o trabalho que tem sido desempenhado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público para passar o Brasil a limpo. Os procuradores têm sido incansáveis. Mas não basta punir os envolvidos se o país não for ressarcido, se os delatores não forem penalizados como os delatados. Precisamos mergulhar até o fim, usar o fundo deste buraco como base para a reconstrução. Está na hora de separarmos o joio do trigo. E isso somente acontecerá com a interferência direta do cidadão, não com o seu distanciamento. A importância da participação popular foi comprovada inúmeras vezes em diferentes momentos da vida política brasileira, como o movimento que resultou na democratização. E o que vemos hoje? Pesquisas indicam que mais de 50% das pessoas não lembram em quem votaram nas últimas eleições. É preciso virar esse jogo! Lembrem-se: ninguém se elege sem voto, ninguém. Nenhum deputado, nenhum senador, nenhum presidente. Temos que vencer a descrença, esse sentimento irá retardar a possibilidade de mudança que se apresenta. Este é o único fator positivo da barbaridade que acontece no nosso país: mudar, promover uma limpeza. A generalização que coloca todos no mesmo balaio desconsidera as pessoas e os políticos sérios, honestos, comprometidos em promover mudanças capazes de recolocar o país e o Estado nos trilhos. Temos que conhecer o nosso candidato, acompanhar o seu trabalho, saber o que ele fez para melhorar a vida das pessoas durante o mandato. Um eleitor participativo, presente e que cobra seu eleito com seriedade é tão importante quanto o político ficha limpa. É urgente assumirmos nosso papel para que o Brasil possa se reerguer!!!

A hora de separar o joio do trigo

Falamos muito de descrédito político nos últimos tempos no Brasil. E não poderia ser diferente. Enfrentamos a fusão das maiores descobertas de maracutaias que desviaram cifras incalculáveis com uma grande recessão do país, saqueado por políticos e empresas que enriqueceram às custas da população. Dinheiro surrupiado da saúde, educação, agricultura, segurança pública. Chegamos ao fundo do poço. Servidores com salários atrasados, população desprotegida, corte de orçamentos que paralisam programas no campo e na cidade. Acabaram os analgésicos. É hora de botar a casa em ordem e modificar o país para o futuro. Mas como fazer isso? Certamente não há fórmulas prontas para que se vire a página. Mas, a despeito de pesquisa recente publicada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em que 78,2% dos entrevistados dizem não acreditar nos políticos, eu defendo: uma das poucas maneiras que o cidadão tem de colaborar para a construção de uma nova realidade é o voto. É o único momento em que ele tem o poder de escolha, a hora decisiva de separar o joio do trigo. A eleição de 2018 será um marco divisor. Poderemos ter a mais alta abstenção da história e assistir, de braços cruzados, ao que acontecerá. Ou podemos exercer nosso poder, decidir quem deve ser a sua voz no Congresso e nas Assembleias. Escolher gente como a gente, que lute pelas nossas bandeiras, que oxigene a política brasileira. Banir caciques e políticos que criaram raízes em seus gabinetes, mas não semearam uma sociedade mais justa e igualitária para os trabalhadores. Pelo contrário, enriqueceram, empobrecendo o Brasil. Eu tenho esperança que os mesmos brasileiros que ainda acreditam em ir para as ruas lutar pelos seus direitos estão dispostos a dar as cartas nas próximas eleições, apostar em candidatos que traduzam seus anseios, deixando de lado a demagogia, a nostalgia do passado, e olhando para a frente. Uma boa luta a todos nós!